Hibernação humana pode deixar mais
suportável as viagens espaciais longas
Cientistas se basearam na análise do comportamento dos ursos

Cientistas da Universidade do Alasca descobriram que os ursos negros reduzem levemente sua temperatura corporal durante esse período, mas sua atividade metabólica fica muito abaixo dos níveis de outros animais que também hibernam. Segundo os autores, a descoberta, apresentada nesta quinta-feira (17) na reunião anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências (AAAS), foi inesperada, já que os processos químicos e biológicos de um organismo se desaceleram normalmente em 50% por cada 10 graus de redução da temperatura corporal.
No entanto, segundo o estudo, que foi publicado nesta semana na revista científica Science, a temperatura corporal desses ursos diminuiu só cinco ou seis graus e seu metabolismo se desacelerou em 75% em comparação com sua atividade normal.
Durante o período de hibernação, os ursos passam de cinco a sete meses sem comer, beber, urinar ou defecar. Nesse período, esses animais respiram apenas uma ou duas vezes por minuto e seu coração se desacelera entre as respirações. Além disso, os cientistas descobriram que a atividade metabólica dos ursos continuou em níveis mais baixos várias semanas após o fim da hibernação.
Essa descoberta levou os pesquisadores a pensar que isso poderia ser útil para os humanos no futuro e eles constataram que a aplicação dos mecanismos de supressão metabólica em situações de emergência poderia salvar vidas.
- Uma rápida redução da atividade metabólica das vítimas de um derrame cerebral ou de um ataque cardíaco poderia deixar o paciente em um estado estável e protegido, o que daria aos médicos mais tempo para tratá-lo.
A descoberta também poderia ser útil para uma longa viagem espacial, pois, se o corpo humano pudesse alcançar esse tipo de hibernação, a viagem a um planeta distante ou a um asteroide poderia ser mais suportável para os astronautas.
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